“Manter a sua palavra” é um traço masculino, nos homens ou nas mulheres. Uma pessoa com uma essência feminina pode não manter a sua palavra, o que não quer dizer que isso seja equivalente a “mentir”. Na realidade feminina, palavras e factos têm um lugar secundário em relação às emoções e às mudanças de humor na relação. Quando ela diz “Eu odeio-te” ou “Eu nunca me mudarei para o Texas” ou “Eu não quero ir ver nenhum filme” é muitas vezes mais o reflexo de uma onda sentimental transitória do que uma postura bem considerada relativamente a eventos e experiências. Por outro lado, o masculino significa o que diz. A palavra de um homem é a sua honra. O feminino diz o que sente. A palavra de uma mulher é a sua verdadeira expressão no momento.
Quando ouve a sua mulher, ouça-a como ouviria o oceano ou o vento nas árvores. Os sons que ouve vindos dela são sons do movimento da sua energia sentimental. É claro que existem alturas quando ela fala ao estilo masculino, em que o que diz significa literalmente o que quer dizer mas, mais frequentemente e ainda para mais em momentos de tensão emocional, o que ela diz é o som dos seus sentimentos. A sua fala feminina está muito mais próxima da poesia do que um plano de acção concreto e definido. Num momento de tensão emocional, o que ela diz que irá fazer é verdadeiramente uma expressão do que ela se sente a fazer no momento. Os seus sentimentos e, consequentemente, o que ela irá fazer, poderão mudar em 5 minutos. Isto poderia mudar a cada 5 minutos.
Sempre que se sentir surpreso pelas acções da sua mulher, e lhe disser algo do género “Mas, tu disseste que…”, está a esquecer-se de que ela possui uma essência feminina. O que a sua mulher diz é mais como uma nuvem passando no céu: bem formada, coerente e irreconhecível 5 minutos mais tarde. A nuvem é uma expressão de uma física precisa de água, vento e ar. As palavras da sua mulher são expressões da física dos seus sentimentos, a sua relação e as nuances da presente situação, visíveis e invisíveis. Uns momentos mais tarde, estes factores mudarão, bem como, as expressões da sua mulher.
Você poderá perguntar-lhe “Queres ir ao cinema?”
E ela poderá responder “Nem por isso.”
Então você abraça-a, dá-lhe uma voltinha e diz-lhe “Vamos lá ao cinema!”
E ela responde “OK!”
Ela não está a falar do seu desejo de ir ao cinema. Ela está a falar sobre os sentimentos da sua relação no momento presente. Se após ter dito que não queria ir ao cinema, você se conformasse e sentasse a ver televisão, não teria captado correctamente a mensagem. Ela não está realmente a dizer que não quer ir ao cinema, apesar de ser isso que ela está a dizer.
Isto não é mentir. Para um homem ou para alguém falando num estilo masculino, dizer algo que não seja verdade, significa mentir. Mas, para o feminino, a verdade é um conceito estreito comparado com a largura do seu fluxo de sentimentos. A “verdade”, para o feminino, é qualquer coisa que ela esteja a sentir realmente, neste momento presente.
Então, quando ela diz que quer mover-se consigo para Pittsburg, e depois, após ter vendido a sua casa, ela disser que não quer mover-se consigo, não comece a protestar “Mas, tu disseste que…!” Quando ela disse que queria mover-se, ela sentia-se bem com a relação. Quando ela disse que não queria mais ir consigo, ela sentia-se mal com a relação. Em vez de argumentar acerca do que ela disse ou não disse, restabeleça o amor na intimidade em primeiro lugar.
A regra básica é esta: Não acredite no conteúdo literal do que a sua mulher diz a menos que o amor flua plenamente e profundamente no momento em que ela o diz. E, mesmo aí, saiba que ela fala acerca dos seus sentimentos correntes, não necessariamente sobre o assunto ou o que quer que seja de que ela esteja a falar. Nunca baseie os seus planos naquilo que uma mulher diz querer fazer, a menos que ela esteja no total fluxo do amor quando o diz. E mesmo assim, esteja a contar que as suas ideias mudem a qualquer momento, quando os seus sentimentos mudarem. Lembre-se que os sentimentos de uma mulher são mais sensíveis a certas realidades invisíveis da natureza do que os seus. Procure diferenciar os humores variáveis da sua mulher da sua sabedoria sensitiva.
As mulheres não são mentirosas, apesar de muitas vezes parecerem sê-lo aos olhos dos homens. É por esta razão que um homem deve, impreterivelmente, ser responsável por tomar as suas próprias decisões, baseado na mais profunda verdade que ele consiga alcançar. Doutro modo, se ele abandona o curso da sua verdade para se comprometer com as presentes e cambiantes expressões sentimentais da sua mulher, provavelmente terminará culpando-a.
Você deveria ouvir o que a sua mulher tem a dizer, e sentir a sua profundidade cuidadosamente. Então, e depois de ter levado em consideração o seu ponto de vista, tome a sua melhor decisão possível a partir do mais profundo do seu centro. Desta forma, se a sua mulher, subsequentemente, mudar de ideias, você não irá ressentir-se com ela por ter comprometido o seu percurso. Mais do que isso, poderá então apreciar a sua subtil sensibilidade e os seus padrões climáticos de mudança emocional. Poderá prosseguir com ou modificar as suas acções em completa engrenagem sabendo estar a fazer a melhor escolha disponível para si, tendo tomado a profunda sabedoria da sua mulher – bem como, as suas flutuações de expressão e humor – integralmente em consideração.
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