terça-feira, 24 de maio de 2011

Parte I - O Caminho do Homem / 4. Conheça o seu verdadeiro limite e não finja!


É honorável para um homem admitir os seus medos, resistências e limites práticos. É simplesmente verdade que cada homem tem o seu limite, a sua capacidade para o crescimento e o seu destino. Mas é uma desonra para ele mentir a si próprio ou a outros acerca do seu real lugar.  Ele não deveria fingir ser mais iluminado do que é – nem deveria limitar-se a ficar pelo seu actual limite. Quanto mais um homem estiver a desafiar o seu real limite, mais valioso ele é como boa companhia para outros homens, mais ele poderá ser confiável pela sua autenticidade e capacidade de estar totalmente presente. Onde o limite de um homem está localizado é menos importante do que ele estar a viver o seu limite em verdade, mais do que sendo preguiçoso ou desiludido.

Pegue numa área da sua vida, talvez a sua relação íntima, a sua carreira, a relação com as suas crianças, ou a sua prática espiritual. Por exemplo, actualmente estará a fazer alguma coisa para ganhar a vida. Onde é que os seus medos o impedem de realizar uma maior contribuição para a humanidade, de ganhar mais dinheiro, de ganhar dinheiro de uma forma mais criativa e agradável? Se fosse uma pessoa absolutamente destemida estaria a ganhar a vida exactamente da mesma maneira que está a fazê-lo agora? O seu limite encontra-se onde parou e ficou ou, onde se compromete com a sua mais completa dádiva e, assim, enfrentando os seus medos?

Terá perdido o contacto com os medos que o estão a limitar os seus ganhos e estilo de vida? Se se sente desiludido e sente que não tem medo, então mente a si mesmo. Todos os homens sentem medo, a não ser que sejam perfeitamente livres. Se não é capaz de admiti-lo está a fingir perante si próprio e perante os outros. Os seus amigos sentirão o seu medo, mesmo que você não o sinta. Assim, eles irão perder confiança em si, sabendo que se está a iludir a si próprio, a mentir a si próprio e, assim, propenso a mentir-lhes a eles também, consciente ou inconscientemente. Ou, talvez se encontre extremamente consciente dos seus medos: o seu medo de correr riscos, o seu medo de falhar, o seu medo de ser bem sucedido. Talvez se sinta confortável com a sua vida, e teme que uma mudança no seu estilo de vida possa vir acompanhado de uma mudança na sua carreira, apesar de a nova carreira poder estar mais próxima daquilo que realmente quer fazer com a sua vida. Alguns homens temem o sentimento de medo e desse modo nem sequer se aproximam do seu limite. Eles escolhem um emprego que sabem poder fazer bem e com facilidade, e nem sequer chegam próximo da mais completa entrega da sua dádiva. As suas vidas são relativamente seguras e confortáveis, mas mortas. Eles sentem a falta de vivacidade, de profundidade e de energia inspiracional, que assinalam que um homem está a viver no seu limite. Se se identifica com este tipo de homem que recua, provavelmente trabalhando duro, mas não no seu real limite, outros homens não serão capazes de confiar que possa e vá ajudá-los a viver no seu limite e dar as suas mais completas dádivas.

Como uma experiência, descreva o seu limite com respeito à sua carreira bem alto para si mesmo. Diga algo como: “Eu sei que poderia estar a ganhar mais dinheiro, mas sou demasiado preguiçoso para colocar nele as horas extras que tal iria exigir. Eu sei que poderia dar mais da minha verdadeira dádiva, mas tenho medo que possa não ser bem sucedido, e então serei um falhado sem dinheiro. Gastei 15 anos a desenvolver a minha carreira, tenho medo de abandoná-la e começar de novo, apesar de saber que passo a minha vida fazendo coisas que não tenho o mínimo interesse em fazer. Eu poderia estar a fazer dinheiro de maneiras mais criativas, mas passo demasiado tempo a ver televisão, em vez de ser criativo.”

Honre o seu limite. Honre as suas escolhas. Seja honesto consigo próprio a respeito. Um homem medroso, que sabe que é medroso é, de longe, mais confiável que um homem medroso que não está consciente dos seus medos. E um homem medroso que, mesmo assim, mergulha nos seus medos, vivendo o seu limite e oferecendo as suas dádivas a partir daí, é mais confiável e mais inspirador que um homem medroso que estagna na sua zona de conforto, indisponível para, sequer, experienciar o seu medo numa base diária. Um homem livre está livre para reconhecer os seus medos, sem escondê-los ou escondendo-se deles. Viver com os seus lábios apertados contra os seus medos, beijando os seus medos, nem recuando, nem violando-os agressivamente.

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